A ciência é positivista? Metafísica diz respeito à religião? Um raciocínio dedutivo é sempre do geral para o particular e o indutivo do particular para o geral? Já aviso que não é por aí...
Neste vídeo você vai entender o porquê do uso destes e de outros conceitos está errado, bem como qual a maneira correta de usá-los.
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OBSERVAÇÕES/CORREÇÕES:
Aos 2:14 Eu disse que as frases estão "corretas", mas na verdade eu quis dizer "verdadeiras".
Sobre a filosofia analítica e a filosofia continental, nas definições eu falei que são "predominantes" em certos países; mas o mais correto seria dizer que se "originaram".
Uma atualização dos termos "a priori" e "a posteriori": no vídeo, eu apresentei eles como tipos de conhecimento; porém, posteriormente, acabei descobrindo que isto possui uma limitação. Pela definição tradicional de conhecimento, podemos entender este conceito (conhecimento) da seguinte maneira: algo é conhecimento se e somente se é a) Crença; b) Verdadeira; c) Justificada. Porém, existem coisas que são a priori e a posteriori e que são falsas.
A priori falso: imagine que faço uma conta matemática mentalmente, mas erro algum número e produzo um resultado falso. Essa conta matemática ocorreu a priori, mas não é conhecimento.
A posteriori falso: Imagine que eu veja uma pessoa do outro lado da rua e forme a crença de que é meu amigo, mas acabo descobrindo que era um desconhecido. Essa crença foi formada a posteriori, mas não é conhecimento.
Na realidade, é mais adequado entendermos tanto o "a priori" quanto o "a posteriori" como dois tipos de justificação, e não de conhecimento. Assim, uma justificativa a priori é aquela que pode ser feita recorrendo ao pensamento apenas, independendo da experiência. E uma justificativa a posteriori seria aquela que recorre à experiência e não pode ser feita recorrendo apenas ao pensamento.
CONCEITOS ÚTEIS PARA A COMPREENSÃO DO VÍDEO (caso queira entender melhor, cheque o livro "Lógica Elementar" e a "Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos" que estão nas referências):
Raciocínio: uma tentativa de provar uma conclusão recorrendo a uma ou mais premissas.
Valor de verdade: a verdade ou falsidade de uma frase.
Condições de verdade: as condições responsáveis pelo valor de verdade de uma frase. Por exemplo: a condição de verdade da frase "a neve é branca" é o fato da neve ser branca (ou não ser) no mundo real.
Validade: um raciocínio é válido se e somente se o conhecimento das condições de verdade das suas frases for suficiente para saber que não tem conclusão falsa, caso todas as premissas sejam verdadeiras.
Forma lógica: a forma lógica é a transformação de uma frase da linguagem natural para uma semântica passível de interpretação dentro de um sistema formal lógico. Por exemplo: a pessoa vira a diz "é porque deus existe que há livre-arbítrio". A forma lógica desta frase seria então: "Se deus existe, então há livre arbítrio". Também, se fôssemos colocar esta frase para uma linguagem verofuncional, ela ficaria: p → q.
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FONTES E RECOMENDAÇÕES DE LEITURA:
Branquinho, J., Murcho, D., & Gomes, N. D. (2006). Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos. WMF Martins Fontes.
Veja este livro: amzn.to/3hc0DCa
Hanfling, O. (2004). Logical positivism. In G. H. Parkinson & S. G. Shanker (Eds.), Philosophy of science, logic and mathematics in the twentieth century (Vol. IX, History of Philosophy, pp. 193-213). Routledge.
Veja este livro: amzn.to/35duYxS
Marinho, E. (2019). Filosofia Analítica vs. Continental. Universo Racionalista. universoracionalista.org/filosofia-analitica-vs-continental/
Murcho, D. (2019). Lógica Elementar: Raciocínio, linguagem e realidade. Edições 70.
Veja este livro: amzn.to/3i9cEtw
Murcho, D. (2012). Metafísica. In P. Galvão (Org.), Filosofia: uma introdução por disciplinas (pp. 45-97). Edições 70.
Veja este livro: amzn.to/35iAwHp
Murcho, D. (2004). Argumentos dedutivos e indutivos. Crítica na Rede. criticanarede.com/dedind.html
Teixeira, C. (2012). Epistemologia. In P. Galvão (Org.), Filosofia: uma introdução por disciplinas (pp. 99-142). Edições 70.
Veja este livro: amzn.to/35iAwHp
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