Em meados do século 20, com a industrialização do país, as cidades foram crescendo devido à atração populacional que exerciam. Isso ocorreu primeiramente no Sudeste, em razão do desenvolvimento cafeeiro, mas depois a industrialização expandiu-se pelo país, incentivando o crescimento de cidades de outras regiões.

As funções das cidades
Muitas das cidades que se formaram com base no desenvolvimento de atividades econômicas em diferentes momentos, ainda hoje, mantêm as funções que motivaram sua fundação.
A cidade de Santos, por exemplo, ainda tem suas principais atividades econômicas dependentes do papel desempenhado pelo porto. Atualmente, o porto de Santos é o que apresenta maior diversidade de importações e exportações do Brasil, movimentando produtos das indústrias mecânica, química, de alimentos e bebidas, entre outras. Também são importantes cidades portuárias brasileiras: Itajaí (SC), Paranaguá (PR) e Vitória (ES).

O Brasil tem também inúmeras cidades turísticas, seja pela importância histórica, seja pelas características naturais. Nelas, o turismo é uma das principais fontes de renda. São exemplos: Rio de Janeiro (RJ), Bonito (MS), Lençóis (BA), Parintins (AM), Gramado (RS), entre outras cidades.

Existem ainda as cidades industriais. Como o nome sugere, a indústria exerce importante papel na economia dessas cidades. São exemplos: Camaçari (BA), Cubatão (SP) e Volta Redonda (RJ).

Relações entre as cidades e relações da cidade com o campo
As cidades e seus moradores se relacionam e se influenciam a todo momento. Uma mercadoria pode ser produzida em uma cidade e ser comercializada em outra. Uma pessoa pode viver em uma cidade e trabalhar em outra. Situações como essas interligam as cidades, formando a chamada rede urbana.

É comum que haja uma cidade maior e economicamente importante que influencie as cidades vizinhas. Essa cidade maior pode compartilhar com as demais, por exemplo, serviços de transporte e redes de distribuição de água. Devido à sua importância perante as outras, ela é chamada de metrópole. A área que abrange essa cidade e suas vizinhas é chamada de região metropolitana.

As cidades não se relacionam apenas umas com as outras. O campo também é muito importante para as cidades e vice-versa. As indústrias das áreas urbanas podem produzir, por exemplo, tratores, adubos e rações para o gado, que são muito utilizados nas áreas rurais, e muito do que é produzido no campo, como frutas, verduras e carnes, é comercializado nas cidades.

Meio urbano: transformações constantes
Ao longo do tempo, as cidades, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, podem passar por grandes transformações. Por exemplo, cidades com importante desenvolvimento industrial passam a se especializar também na oferta comercial e de serviços. É o caso de muitas capitais brasileiras, entre elas, Goiânia (GO), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e São Paulo (SP).

A expansão das cidades resulta também em mudanças estruturais, econômicas e sociais. Se, por um lado, o crescimento traz maior oferta de empregos e de serviços em áreas como saúde, lazer e educação, por outro, é comum as cidades não conseguirem atender às necessidades de seus habitantes como deveriam.

O crescimento populacional de algumas cidades resulta, por exemplo, em problemas como a falta de moradias adequadas e o surgimento de favelas. Ao mesmo tempo, tornam-se mais comuns problemas como a violência urbana e a pobreza. Cidades brasileiras, como Natal (RN), Belém (PA), Cuiabá (MT), Vitória (ES) e Curitiba (PR), estavam entre as mais violentas do mundo em 2016, segundo a ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal.

Cidade e meio ambiente
Nas cidades, a concentração de pessoas, de veículos e de atividades econômicas gera enormes quantidades de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Os níveis elevados de consumo e de desperdício também contribuem para a produção excessiva de resíduos. De maneira geral, quanto maior o nível de urbanização, maior a produção de resíduos. Isso afeta negativamente a qualidade do meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas.

O lixo e outros problemas ambientais
O lixo é formado por resíduos sólidos. O que as pessoas descartam diariamente no comércio, nos hospitais, nas indústrias, nas moradias e nas construções em geral resulta em toneladas de lixo. O problema é que muitos desses resíduos, como vidros, tampas de garrafa, embalagens plásticas e pneus, podem levar centenas de anos para se decompor na natureza.

O descarte inadequado do lixo prejudica a qualidade ambiental. Muitas vezes, o lixo é descartado em rios e em outros cursos de água, poluindo as águas e tornando-as impróprias tanto para o banho como para o consumo. Já o lixo jogado nas ruas entope os bueiros, aumentando o risco de enchentes, que podem causar doenças e grandes estragos materiais.

Texto retirado do livro "Aprender Juntos" da Editora SM.

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