Linha Direta Justica Os Crimes Da Rua Do Arvoredo

Programa do dia 27/04/2006

Em 18 de abril de 1864, a polícia de Porto Alegre deparou-se com uma cena de crime horripilante: no porão da casa de José Ramos e Catharina Palse, na Rua do Arvoredo, estavam enterrados os pedaços de um corpo humano, já em avançado estado de decomposição. O cadáver havia sido retalhado, com a cabeça e membros separados do tronco, e este, por sua vez, repartido em vários pedaços. A vítima foi identificada: era o alemão Carlos Claussner, dono de um açougue na Rua da Ponte. Ao examinar um poço desativado, no terreno dos fundos da casa, a polícia encontrou os corpos do taverneiro Januário Martins Ramos da Silva e de seu caixeiro, José Ignacio de Souza Ávila, de apenas 14 anos, igualmente esquartejados. As buscas no poço prosseguiram, tendo a polícia encontrado ainda o cadáver de um cachorrinho preto, rasgado da garganta ao ventre. A motivação dos crimes era evidente: Ramos e Palse mataram para se apossar dos bens de suas vítimas, com exceção do caixeiro e do cãozinho, que foram mortos como queima de arquivo. Os crimes causaram repugnância, especialmente depois que uma série de boatos davam conta de que o casal assassino fazia lingüiça com a carne das vitimas e vendia o produto num movimentado açougue de Porto Alegre. A polêmica sobre a veracidade da lingüiça de carne humana até hoje divide os gaúchos.