Ai flores, ai flores do verde pinho,
se sabedes novas do meu amigo?
Ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo?
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi há jurado?
Ai Deus, e u é?
Vós me perguntardes polo voss'amigo,
e eu bem vos digo que é sã'e vivo.
Ai Deus, e u é?
Vós me perguntardes polo voss'amado,
e eu bem vos digo que é viv'e são.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é sã'e vivo
e seera vosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é viv' e são
e seera vosc'ant'o prazo passado
Ai Deus, e u é?
Dom Denis [El-rei ~] [= Tav 25]
Biografia. Dom Denis foi rei de Portugal durante quase meio século: desde o falecimento de seu pai o rei Afonso III em 1279 até a sua morte em 1325. Nascera em 1261, de modo que começou a reinar com apenas 18 anos. Era filho de Afonso III o Bolonhês e de Beatriz de Guillén (esta, filha ilegítima do rei Afonso X o Sábio). Casou com Isabel de Aragão (depois canonizada pela Igreja como santa e agora conhecida como Santa Isabel de Portugal, cuja festa se celebra no 4 de Julho), filha do rei Pedro III de Aragão e de Constança Stauffen (que por sua vez era neta do rei Frederico II da Sicília).
O reinado de Dom Denis foi importante em vários campos da cultura (fundação da Universidade) e da literatura (promoção da prosa documental e histórica e das traduções); com respeito à poesia trovadoresca o seu papel foi decisivo, não só como autor mas também, e sobretudo, como impulsor.
Como autor é o mais fecundo de todos os nossos trovadores, com um total de 137 composições, segundo a recolha de cantigas que nos foi conservada. Esse primeiro posto corresponde-lhe com certeza se nos referirmos apenas à poesia profana, mas talvez devamos mantê-lo mesmo se fizermos entrar no cômputo as cantigas religiosas, visto que, apesar de que se atribuem de modo genérico à iniciativa do seu avô o rei Afonso X o Sábio, é difícil determinar em que medida foi efetiva a autoria pessoal deste rei na maioria das composições.
Como protetor e impulsor do movimento trovadoresco Dom Denis foi figura determinante no meio século aproximado que durou o seu reinado. As suas relações de parentesco com cortes reais que mantinham uma tradição de apoio à cultura trovadoresca (Leão e Castela, Aragão, Sicília, e especialmente a própria corte paterna) explica bem que, da maneira mais natural, prosseguindo a ação do pai, a corte do rei Dom Denis viesse a converter-se no mais importante centro de atividade trovadoresca depois da morte, em 1284, de Afonso X. Dom Denis deu acolhida a um grande número de trovadores, e da sua própria descendência saíram dois: os seus filhos bastardos Dom Afonso Sanches e Dom Pedro, conde de Barcelos. Com razão um dos últimos trovadores, Joám, "jograr, morador em Leom", lamentava a morte de Dom Denis num pranto (cant. 1119, «Os namorados que trovam d' amor»), provavelmente escrito tempo depois, em que lembra com saudade o seu estímulo aos trovadores e a sua generosidade com os jograis, e liga o seu falecimento com a posterior decadência do nosso trovadorismo.
Dom Denis faleceu em 7 de Janeiro de 1325, à idade de 64 anos.
Na língua ctual a forma que assume comummente o seu nome é Dinis (com -i- na sílaba inicial, átona), mas nos manuscritos trovadorescos (onde ocorre mais de 30 vezes) usa-se de maneira constante Denis (com -e- na sílaba átona: "el-rei Dom Denis"); e esta forma (que é também a habitual nos documentos da sua chancelaria) é a que se conserva habitualmente no âmbito do estudos trovadorescos como nome do rei, embora nas Cantigas de Santa Maria se documente também repetidamente a forma Dinis como nome do santo ("Sam Dinis") à par de Denis ("Sam Denis").
Obra poética: 137 cantigas (cc. 495-569 [amor], 570-621 [amigo], 1552-1561 [escárnio])
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A voz é da cantora galega Helena de Alfonso, e esta canção foi publicada no primeiro disco do grupo «Barahunda» em 2002 , grupo formado na altura por Helena De Alfonso, Manuel Carro, MIguel Casado, Jota Martínez, Jose Luis Escribano e Jose Luis Lara, e que teve a colaboração de outras pessoas alheias ao grupo como Javier Bergia, Javier Paxariño, Quique Almendros, Jaime Muñoz, Rafa Martín, Javier Palancar, Pedro e Pablo Pascual, Marta de la Aldea, Clara Serrano e Paco Benítez.
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